Dentro da universidade existem diversos tipos de estudantes, professores e pessoas que trabalham pelo bem estar dos alunos. Devido à correria do dia-a-dia, muitas vezes não temos a oportunidade de conhecer a fundo todos aqueles que de alguma forma afetam nossas vidas. Cada pessoa dentro da universidade tem uma história que vale a pena ser contada. É com esse pensamento que iniciamos no blog um ciclo de entrevistas com algumas personalidades da UTFPR.
A aluna Rafaela Voziniak entrevistou o Professor Doutor Rodrigo Eduardo Catai, coordenador do curso de Engenharia Civil da UTFPR e coordenador do curso de especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho. O professor é membro do conselho do departamento de Construção Civil e do conselho de graduação da UTFPR, presidente do conselho de Engenharia Civil e membro suplente do conselho universitário.
Formação: Engenharia Mecânica, concluído em 2001 - Unesp, Bauru; Especialização em Segurança do Trabalho, concluído em 2003 – Unesp, Bauru; Iniciou o Mestrado em 2002 e em 2003 passou pra Doutorado, concluindo em 2004, começou na Unesp de Bauru e concluiu na Unesp de Guaratingueta.
Rafaela: Por que você escolheu a Engenharia?
Catai: Porque a Engenharia é desafiante. Eu acredito, que com a engenharia é possível mudar muitos conceitos que nós temos no mundo hoje.
Rafaela: Você chegou a ter alguma influência familiar ou foi escolha própria?
Catai: Foi escolha própria. Não teve influência do pai ou da mãe, isso sempre foi bem tranquilo em casa. Talvez tenha sido até uma dificuldade, pois você não tem influência. O que significa que você pode vir a pensar, e no pensar de um adolescente se abrem muitos horizontes, mas as vezes para coisas não muito boas. Coisas que podem não te trazer um bom futuro. Mas enfim, acabei dando sorte de escolher a coisa certa!
Rafaela: Além dessa dificuldade que você já comentou, teve alguma outra que você encontrou no período da graduação?
Catai: Devido a faculdade ficar longe de casa e eu ser o tipo de pessoa bem família, tinha essa dificuldade de não poder estar sempre com os pais. Essa foi sempre a maior dificuldade! Mas quase sempre, a cada 15 dias, eu procurava fazer esse reencontro. Eu imagino, que por exemplo, para as pessoas que vem de lugares mais longe, como alguns alunos da UTFPR que vem do norte do país essa distância seja bem complicada, mesmo com os meios que temos hoje, o que na minha época era impensável. Mas em resumo a distância foi a grande dificuldade, o que por outro lado era de grande ajuda, pois quando se está longe da família você acaba tendo mais tempo para se dedicar ao estudo.
Rafaela: Voltando aos seus 20 anos, você chegou a imaginar-se chegando no atual cargo?
Catai: Vamos imaginar assim: Na atual faculdade não, mas no atual cargo sim! Imaginava inicialmente trabalhar em outras faculdades, porque até então a UTFPR não existia. Sabia da existência de um CEFET em Cornélio Procópio, que era o mais próximo de onde eu estudava, mas o CEFET de Curitiba eu desconhecia na época.
E com o tempo, sabendo do CEFET/UTFPR e analisando os desafios e as oportunidades que eu poderia encontrar, acabei optando por vir trabalhar aqui. E que dez anos atrás talvez fosse um pouco menos famosa, mas que não deixava de ser grandiosa. Embora que, ainda é uma faculdade recente!
Se tratando do “chegar cargo”, eu acredito que não significa que você vá ter um status, mas sim que você vai ter mais trabalho. Não que você vá ganhar mais por isso, mas que você vai ter mais responsabilidade. Não acho que você deva assumir um cargo para um maior respaldo financeiro, mas sim porque você quer assumir aquelas responsabilidades, por aquele período e você quer cumprir para junto com os alunos.
E sim, eu me imaginava pegando esse tipo de responsabilidade. Sempre gostei muito de estudar e meu orientador de iniciação cientifica sempre foi coordenador de mestrado, de graduação e eu então visava, não eu não visava, eu vislumbrava uma possibilidade dessa acontecer um dia.
Rafaela: Está feliz/realizado com seu cargo, com suas responsabilidades atuais?
Catai: Sim Rafaela, mas tem muito a ser melhorado. Tanto a nível infraestrutura e demais problemas, temos muito a melhorar ainda! Em resumo, estou feliz mas não estou acomodado com o que se tem.
Rafaela: Eu já te fiz a pergunta de por que escolheu a Engenharia, mas agora peço pra você me definir a palavra Engenharia, na tua vida, nas tuas conquistas, no teu dia-a-dia.
Catai: Vou definir com o exemplo que eu dou em sala de aula, voltado para segurança do trabalho: O funcionário está trabalhando e ele tem um problema de um ruído muito forte que está incomodado. E esse ruído no motor pode provocar um dano acústico pra esse funcionário e ele pode ficar surdo. Então você tem que entregar um EPI para o funcionário, correto?
Rafaela: Sim?!
Catai: Não! De certa forma não, está errado. Por que está errado?! Está errado porque você deveria pensar em meios corretos para reduzir aquele ruído e para que aquele ruído não influenciasse a audição do teu funcionário. Ou seja, se a engenharia existisse com letras maiúsculas, o ruído não sairia do motor e não afetaria o trabalhador.
Vamos pensar assim, a engenharia se define em resolver os problemas com inteligência e não com soluções baratas. Porque a engenharia atacar o problema.
Rafaela: Catai, segundo sua experiência em graduação e em sala de aula. Você tem alguma recomendação pra quem vai iniciar da faculdade?
Catai: Diria que se preocupar com física e matemática. São matérias difíceis, são a base para demais disciplinas e vão ter sua aplicação na hora certa.
Rafaela: E para os alunos que já estão na faculdade?
Catai: A maioria dos alunos se preocupa com estágio muito cedo, mas o estágio é obrigatório e todo mundo vai ter. Minha recomendação é que os alunos procurem um diferencial ao longo da faculdade, aproveitem a faculdade em seu contexto. Participe dos cursos, das iniciações cientificas, línguas estrangeiras, demais projetos e atividades que a faculdade tem a lhe oferecer. Por que quando o aluno se formar e for procurar um trabalho esse vai ser o grande diferencial dele, e não o estágio, entende?!
Rafaela: Catai, você tem algum sonho a ser realizado?
Catai: Não. Sabe Rafaela eu não sou uma pessoa de sonhar, sou uma pessoa mais realista. Faço sempre o melhor possível, mas sempre com os pés no chão. Gosto de ser professor.
Rafaela: Na sua vida, há algum ídolo ou pessoa modelo que procura seguir, se inspirar?
Catai: Sim, na minha vida pessoal sempre tive os meus pais como exemplo. Sempre foram pessoas muito trabalhadoras e sempre me ensinaram o correto. Ver meus pais trabalhando me ensinou a querer trabalhar e sempre me permitir a fala, acho que posso fazer um pouco mais.
Na vida acadêmica eu também tive um referencial, na época de graduação tive um orientador de iniciação cientifica que sempre trabalhou muito. Você chegava pela manhã na faculdade e eles já estava trabalhando, você saia de noite da faculdade e ele ainda estava lá trabalhando, ele sempre foi um grande exemplo.
Rafa: Catai, onde se imagina daqui dez anos?
Catai: EU ainda continuaria na faculdade, poderia continuar em alguma outra coordenação, mas continuaria sempre como professor.
Rafa: Você realmente gosta de ser professor?
Catai: Sim! Ser professor, estar dentro da sala de aula é a hora mais gostosa do dia. É onde muito de nós, professores, conseguimos aliviar os nossos problemas. Sabe Rafaela, antigamente eu acreditava que aplicar prova era algo bom, mas hoje acho algo ruim. É muito chato ter que ficar duas horas sem poder falar nada (risos).
Rafa: Catai, para finalizar. Teria algum recado para os futuros engenheiros deste país?
Catai: A engenharia pode mudar o país, no sentido de fazer o Brasil acontecer. Pode deixar de exportar apenas materiais básicos e passe a transportar tecnologia em todas as áreas. A engenharia mudou muitos países e pode mudar o Brasil. Isso não é sonhar alto, pois existem muitas faculdades excelentes no país.
Por exemplo, temos algumas normas e sabemos que estas normas estão erradas, por isso, nem sempre estas podem ser aplicadas. E em um futuro próximo, alunos como você Rafaela, podem mudar isso, podem vir a corrigir essas coisas e fazer o país crescer. Você um dia pode, basta somente querer!
A aluna Rafaela Voziniak entrevistou o Professor Doutor Rodrigo Eduardo Catai, coordenador do curso de Engenharia Civil da UTFPR e coordenador do curso de especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho. O professor é membro do conselho do departamento de Construção Civil e do conselho de graduação da UTFPR, presidente do conselho de Engenharia Civil e membro suplente do conselho universitário.
Formação: Engenharia Mecânica, concluído em 2001 - Unesp, Bauru; Especialização em Segurança do Trabalho, concluído em 2003 – Unesp, Bauru; Iniciou o Mestrado em 2002 e em 2003 passou pra Doutorado, concluindo em 2004, começou na Unesp de Bauru e concluiu na Unesp de Guaratingueta.
Rafaela: Por que você escolheu a Engenharia?
Catai: Porque a Engenharia é desafiante. Eu acredito, que com a engenharia é possível mudar muitos conceitos que nós temos no mundo hoje.
Rafaela: Você chegou a ter alguma influência familiar ou foi escolha própria?
Catai: Foi escolha própria. Não teve influência do pai ou da mãe, isso sempre foi bem tranquilo em casa. Talvez tenha sido até uma dificuldade, pois você não tem influência. O que significa que você pode vir a pensar, e no pensar de um adolescente se abrem muitos horizontes, mas as vezes para coisas não muito boas. Coisas que podem não te trazer um bom futuro. Mas enfim, acabei dando sorte de escolher a coisa certa!
Rafaela: Além dessa dificuldade que você já comentou, teve alguma outra que você encontrou no período da graduação?
Catai: Devido a faculdade ficar longe de casa e eu ser o tipo de pessoa bem família, tinha essa dificuldade de não poder estar sempre com os pais. Essa foi sempre a maior dificuldade! Mas quase sempre, a cada 15 dias, eu procurava fazer esse reencontro. Eu imagino, que por exemplo, para as pessoas que vem de lugares mais longe, como alguns alunos da UTFPR que vem do norte do país essa distância seja bem complicada, mesmo com os meios que temos hoje, o que na minha época era impensável. Mas em resumo a distância foi a grande dificuldade, o que por outro lado era de grande ajuda, pois quando se está longe da família você acaba tendo mais tempo para se dedicar ao estudo.
Rafaela: Voltando aos seus 20 anos, você chegou a imaginar-se chegando no atual cargo?
Catai: Vamos imaginar assim: Na atual faculdade não, mas no atual cargo sim! Imaginava inicialmente trabalhar em outras faculdades, porque até então a UTFPR não existia. Sabia da existência de um CEFET em Cornélio Procópio, que era o mais próximo de onde eu estudava, mas o CEFET de Curitiba eu desconhecia na época.
E com o tempo, sabendo do CEFET/UTFPR e analisando os desafios e as oportunidades que eu poderia encontrar, acabei optando por vir trabalhar aqui. E que dez anos atrás talvez fosse um pouco menos famosa, mas que não deixava de ser grandiosa. Embora que, ainda é uma faculdade recente!
Se tratando do “chegar cargo”, eu acredito que não significa que você vá ter um status, mas sim que você vai ter mais trabalho. Não que você vá ganhar mais por isso, mas que você vai ter mais responsabilidade. Não acho que você deva assumir um cargo para um maior respaldo financeiro, mas sim porque você quer assumir aquelas responsabilidades, por aquele período e você quer cumprir para junto com os alunos.
E sim, eu me imaginava pegando esse tipo de responsabilidade. Sempre gostei muito de estudar e meu orientador de iniciação cientifica sempre foi coordenador de mestrado, de graduação e eu então visava, não eu não visava, eu vislumbrava uma possibilidade dessa acontecer um dia.
Rafaela: Está feliz/realizado com seu cargo, com suas responsabilidades atuais?
Catai: Sim Rafaela, mas tem muito a ser melhorado. Tanto a nível infraestrutura e demais problemas, temos muito a melhorar ainda! Em resumo, estou feliz mas não estou acomodado com o que se tem.
Rafaela: Eu já te fiz a pergunta de por que escolheu a Engenharia, mas agora peço pra você me definir a palavra Engenharia, na tua vida, nas tuas conquistas, no teu dia-a-dia.
Catai: Vou definir com o exemplo que eu dou em sala de aula, voltado para segurança do trabalho: O funcionário está trabalhando e ele tem um problema de um ruído muito forte que está incomodado. E esse ruído no motor pode provocar um dano acústico pra esse funcionário e ele pode ficar surdo. Então você tem que entregar um EPI para o funcionário, correto?
Rafaela: Sim?!
Catai: Não! De certa forma não, está errado. Por que está errado?! Está errado porque você deveria pensar em meios corretos para reduzir aquele ruído e para que aquele ruído não influenciasse a audição do teu funcionário. Ou seja, se a engenharia existisse com letras maiúsculas, o ruído não sairia do motor e não afetaria o trabalhador.
Vamos pensar assim, a engenharia se define em resolver os problemas com inteligência e não com soluções baratas. Porque a engenharia atacar o problema.
Rafaela: Catai, segundo sua experiência em graduação e em sala de aula. Você tem alguma recomendação pra quem vai iniciar da faculdade?
Catai: Diria que se preocupar com física e matemática. São matérias difíceis, são a base para demais disciplinas e vão ter sua aplicação na hora certa.
Rafaela: E para os alunos que já estão na faculdade?
Catai: A maioria dos alunos se preocupa com estágio muito cedo, mas o estágio é obrigatório e todo mundo vai ter. Minha recomendação é que os alunos procurem um diferencial ao longo da faculdade, aproveitem a faculdade em seu contexto. Participe dos cursos, das iniciações cientificas, línguas estrangeiras, demais projetos e atividades que a faculdade tem a lhe oferecer. Por que quando o aluno se formar e for procurar um trabalho esse vai ser o grande diferencial dele, e não o estágio, entende?!
Rafaela: Catai, você tem algum sonho a ser realizado?
Catai: Não. Sabe Rafaela eu não sou uma pessoa de sonhar, sou uma pessoa mais realista. Faço sempre o melhor possível, mas sempre com os pés no chão. Gosto de ser professor.
Rafaela: Na sua vida, há algum ídolo ou pessoa modelo que procura seguir, se inspirar?
Catai: Sim, na minha vida pessoal sempre tive os meus pais como exemplo. Sempre foram pessoas muito trabalhadoras e sempre me ensinaram o correto. Ver meus pais trabalhando me ensinou a querer trabalhar e sempre me permitir a fala, acho que posso fazer um pouco mais.
Na vida acadêmica eu também tive um referencial, na época de graduação tive um orientador de iniciação cientifica que sempre trabalhou muito. Você chegava pela manhã na faculdade e eles já estava trabalhando, você saia de noite da faculdade e ele ainda estava lá trabalhando, ele sempre foi um grande exemplo.
Rafa: Catai, onde se imagina daqui dez anos?
Catai: EU ainda continuaria na faculdade, poderia continuar em alguma outra coordenação, mas continuaria sempre como professor.
Rafa: Você realmente gosta de ser professor?
Catai: Sim! Ser professor, estar dentro da sala de aula é a hora mais gostosa do dia. É onde muito de nós, professores, conseguimos aliviar os nossos problemas. Sabe Rafaela, antigamente eu acreditava que aplicar prova era algo bom, mas hoje acho algo ruim. É muito chato ter que ficar duas horas sem poder falar nada (risos).
Rafa: Catai, para finalizar. Teria algum recado para os futuros engenheiros deste país?
Catai: A engenharia pode mudar o país, no sentido de fazer o Brasil acontecer. Pode deixar de exportar apenas materiais básicos e passe a transportar tecnologia em todas as áreas. A engenharia mudou muitos países e pode mudar o Brasil. Isso não é sonhar alto, pois existem muitas faculdades excelentes no país.
Por exemplo, temos algumas normas e sabemos que estas normas estão erradas, por isso, nem sempre estas podem ser aplicadas. E em um futuro próximo, alunos como você Rafaela, podem mudar isso, podem vir a corrigir essas coisas e fazer o país crescer. Você um dia pode, basta somente querer!
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